UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS BACHAREL EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS PEDRO VINÍCIUS SAMILLA LEAL LORENA RIBEIRO ADELINO RODRIGUES IVANO CASTRO A POLÍTICA EXTERNA INDEPENDENTE DE JÂNIO QUADROS E JOÃO GOULART PORTO NACIONAL 2016 1
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS BACHAREL EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS PEDRO VINÍCIUS SAMILLA LEAL LORENA RIBEIRO ADELINO RODRIGUES IVANO CASTRO A POLÍTICA EXTERNA INDEPENDENTE DE JÂNIO QUADROS E JOÃO GOULART PORTO NACIONAL 2016
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS BACHAREL EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS Trabalho acadêmico do curso de Relações Internacionais, voltado para o
seminário da disciplina “História das Relações Internacionais brasileiras”
ministrada pela professora Fabiana Scoleso.
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SUMÁRIO
Introdução ................................................................................................................................... 4 Vargas - pragmatismo nas relações exteriores em busca de impulso econômico ..................... 5 Segundo período Vargas - nacionalismo, populismo e auto-afirmação nacional ...................... 6 Juscelino Kubitscheck .............................................................................................................. 6 1961 a 1964 ............................................................................................................................... 7 A política nacional em ebulição implode a PEI juntamente com Goulart
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Referências bibliográficas ......................................................................................................... 9
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Introdução
No período de 1961 a 1964 as relações internacionais dos governos Jânio Quadros e João Goulart evidenciaram o processo de gestação, desenvolvimento, apogeu e declínio da Política Externa Independente (PEI). Concebida por Quadros e Afonso Arinos, veio a encontrar um fim abrupto com o golpe militar de 1964. As diretrizes desta política promoviam a inserção internacional do Brasil como um agente global independente de ideologias, projetando o país de modo a evitar às restrições de relacionamentos político e comercial dada a polarização e econômica do período da Guerra Fria, quando o mundo se viu dividido pela influência dos grandes agentes globais à época, Estados Unidos e União Soviética em seu longo e desgastante embate pela supremacia de seus respectivos modelos econômicos. Para os Estados Unidos, tendo o Brasil como um país de importância estratégica na América do Sul, permitir esta autonomia nos rumos políticos externos e, conseqüentemente internos, não era de seu interesse. A paranóia política que tomou conta das relações internacionais restringia o mero diálogo com países integrantes do bloco econômico antagônico, o que poderia gerar conseqüências catastróficas para o transgressor. Para o Brasil a punição veio através do golpe de Estado em 1964, cujas forças militares e da elite econômica que o aplicaram contavam com o apoio dos Estados Unidos. Final dramático para uma política que buscava impulsionar o desenvolvimento econômico nacional mantendo abertas todas as oportunidades de relacionamento comercial com nações sem levar em conta restrições ideológicas.
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Vargas - pragmatismo nas relações exteriores em busca de impulso econômico
As bases da Política Externa Independente podem ser observadas décadas antes de sua implantação, durante a primeira passagem de Getúlio Vargas na presidência da República (1930 - 1945). Vargas foi o primeiro presidente a concluir que superação do subdesenvolvimento do Brasil viria pela via da política externa, visando eliminar os obstáculos do atraso tecnológico brasileiro. Vargas utilizava as negociações internacionais para viabilizar um ambicioso projeto de modernização da indústria nacional e das Forças Armadas, implantação da indústria de base, estabelecendo assim os alicerces para o crescimento nacional ou como viria a ser denominada, a política do nacional-desenvolvimentismo. Esta característica das relações internacionais se faz presentes nas orientações para estabelecimento do que viria a se tornar a Política Externa Independente. O Brasil não possuía uma base de poder suficientemente forte para agir de forma totalmente independente da influência das grandes potências globais da época. Entretanto, buscava manter certa autonomia decisória quanto às negociações com países localizados em lados opostos das relações diplomáticas, como Estados Unidos e Alemanha, que já evidenciavam seu antagonismo na década de 30. O Brasil mantinha relações com as duas nações, em uma espécie de política pendular, ora tendendo para um dos lados, tendência denominada
eqüidistância pragmáticas
. Esta diversificação da pauta comercial com ambas as nações levou ao descontentamento das potenciais ocidentais, em especial os Estados Unidos. Com o início da Segunda Guerra Mundial o país se viu obrigado a assumir um dos lados no conflito, rompendo relações com a Alemanha e integrando o bloco dos Aliados na guerra. O apoio aos Estados Unidos foi barganhado com a implantação da indústria de base e modernização das Formas Armadas Nacionais. A partir deste momento se tornou parte indissociável da zona de influência norte-americana, que reconhecia no país importância estratégica fundamental nas políticas vindouras para barrar o avanço socialista e comunista na América do Sul. Nos anos 60, a Política Externa Independente viria a questionar esta submissão do Brasil aos interesses estadunidenses, restabelecendo relações comerciais com países socialistas, atitude que desagradava a Washington. Após a guerra, o governo de Vargas é sucedido pelo general Eurico Gaspar Dutra. O período do governo Dutra procedeu a uma maior aproximação ideológica com os Estados Unidos, rompimento das relações com países socialistas (URSS e China), alinhamento político no combate ao comunismo internacional e a implantação de um projeto neoliberal que se sustentava na esperança de grandes investimentos norte-americanos na economia nacional e manutenção de um relacionamento especial com a potência. Entretanto, tais investimentos não chegaram a serem feitos com a profusão esperada, reconhecendo-se aí certa negligência dos americanos com seu pequeno aliado. Isto alimentou ainda mais o sentimento contrário à vinculação especial com os EUA. Temia-se que imperialismo estadunidense pudesse ser ainda mais nefasto que qualquer ameaça comunista fantasiosa.